O Doce Brasileiro e o Leite Moça | Leite Condensado
UMA DOCE HERANÇA
Corria o ano de 1890. A Sociedade brasileira, agitada, aprendia a conviver com o novo mundo aberto pela abolição da escravatura e pela recém-nascida República.
O fim do regime escravo trouxera , entre outras maravilhas , pessoas de todas as partes do mundo, trabalhadores que vinham subistituir a mão-de-obra africana. E assim o país enrequecia com novos costumes , novas tradições, novos hábitos. No campo, na cidade , aprendia-se a conviver com imigrantes europeus. Ao mesmo tempo, jovens de elite retornavam de seus estudos na Europa, novas idéias fervilhavam na antiga corte, ouvia-se falar até de movimentos de emancipação feminina. Enfim, ventos novos sopravam de além-mar. E não eram só idéias que aqui aportavam. Nos portos do Rio de Janeiro e de Santos desembarcavam a matéria da Dinamarca, tecidos ingleses, porcelana francesa, queijo e frarinha “do reino”, como os brasileiros se referiam a sua antiga metrópole, onde, de fato, a monarquia por uns bons vinte anos. Mas, aqui, a novíssima República estava efervecente. As cidades cresciam, a população aumentava, o governo adaptava-se às novas circunstâncias. Em cidades maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro as ilhas de bonde puxado a burro alongavam seus percursos, chegavam a regiões mais distantes do centro, facilitando a vida da população. E os lampiões a gás, iluminando as ruas, favoreciam uma animada vida noturna.
Mesmo nas cidades, progresso e conservadorismo conviviam lado a lado. Pra abastecer as casas, os aguadeiros passavam diariamente com suas carroças, trocando as pipas vazias por outras cheias de água limpinhas. Mas as autoridades tomavam providência para melhorar esse abastecimento. Em São Paulo, a Campanhia Cantareira entregava à população a grande caixa d’água da Consolação que passou a alimentar as chafarizes; no distrito da Luz, comecava a ser instalado o servico de esgotos. Pelas ruas, o pregão de vendedores de peixe, leite, frutas e jornais misturava-se ao ruído das carroças e dos animais. Nas praças e ruas movimentadas, junto a portas de teatro e de igrejas, as negras forras armavam seus tabuleiros para oferecer mugunzá e tapioca, cuscuz e pamonha, paçoca e outras lanbiscarias. Era a cozinha ganhando a rua firmando a tradição, já presente, das múltiplas influências comfluindo para um só destino: a amor do brasileiro pelo doce.
OS DOCES DAS SINHÁS
Na verdade, foi da tradição portuguesa que herdamos essa preferência pelo doce. O índio e o africano pouco contribuíram para a arte da doçaria no Brasil. Pelo que se sabe, um e outro não traziam, em sua cultura, o hábito do consumo de doces. Já não se dava o mesmo com os portugueses, que amavam doces bem doces, influência da cultura árabe. Da Ilha da Madeira troxeram para cá a cana-de-açucar, acolhida com prazer por nossa terra tropical. Bom motivo para jovem nação crescer amando os doces.
Na fazenda do nordeste açucareiro as iguarias doce se enriqueciam com os futuros da terra, ganhando novos temperos e perfumes, pela mãos habilidosas da cozinheiras.
Enquanto isso, outros doces produziam-se em segredo no silêncio dos coventos. As monjas portuguesas trouxeram para estas remotas paragens a secular herança de sua terra natal e, com os produtos da terra, reinventaram insuspeitados requintes.
Depois, em algum momento perdido na história, essas duas vertentes se cruzaram. A culinária doce passou a fazer pate da vida das senhoras da casa colonial, criando a expressão para seus sentimentos e sua arte.
No início do século passado oferecer doces como presente já era uma tradição: as senhoras entravam na cozinha para confeccionar deliciosos e delicados presentes envoltos em clima secreto de misteriosas receitas passadas de mãe pra filha, aprendizado indispensável de vida.
Presentes com doces, que doce maneira de agradar!…
Donzelas e jovens senhoras embalavam em papel delicadamente recortado os apetitosos docinhos que sua mãos elaboravam.
Assim a mulher se expressava, assim ela se integrava na vida social.
Levava o calor de sua cozinha e o carinho de suas mãos para a família, os amigos, os parentes, um eventual namorado. Tomava forma a linguagem do doce, cheia de significados e sentimentos.
Nos nomes dos doces estava a chave para o entendimento da mensagem. Falavam de emoções e promessas nem sempre concretizadas como os beijinhos, muxoxos, saudades, agradihos, outras vezes evocavam sua origem religiosa: papo de anjo creme celeste, bolo de santo Antônio, manjar divino, mas também podiam ser irreverentes e bem humorados: olho de sogra, beijos de frade, barriga de freira, espera marido….
Nas festas do interior, as famílias intercambiavam doces e receitas. Mesmo nas cidades grandes, era um requintado dever de cordialidade enviar às amigas mais queridas uma bandeja forrada de doce, de preferência acomodados em finas porcelanas. E não deixava de ser uma excelente oportunidade para exibir os dotes culinários tão intensamente cultivados.
Preparados pela dona-de-casa, o doce devia sempre ser feito em casa.
Quase como um ritual secreto cada doce levava em sua receita uma marca especial passada de geração em geração. Muitas receitas acabaram por receber o nome da família, como o pernambucano Bolo Souza Leão, ou a queijadinha de Yayá Ribeiro.
Naquele final de seculo XIX, muita coisa estava mudando, dentro e fora das casas. Portas a dentro, a sinhá, embora já não tivesse escravos. Sua posição privilegiada revela-se pelo fato de ter todo um corpo de serviçais para as tarefas mais pesadas. Não é à toa que na época falava-se de duas cozinhas: uma “branca”, outra “suja”. “Branca” era a cozinha onde sinhá entrava para dar o ponto certo no doce, que ela mesma provava e depois oferecia em finas compoteiras de louça ingluesa.
A cozinha “suja” era em geral escura e encardida de picumã, nela sinhá quase numa entravam. Era o local onde se depenavam aves, cortavam lenha, pilavam grãos, trabalho pesado , feito com a ajuda de escravos forros.
O LEGITIMO LEITE DA SUÍCA
Chegou na hora certa. No dia 22 de janeiro daquele ano 1890, o jornal O Estado de São Paulo trazia, em meio a seus classificados, um anúncio discreto. Desembarcara no Brasil e estava à venda “a varejo e em grosso” na drogaria São Paulo, na rua São Bento, um novo produto. Ótimo alimento para “creanças”, preferível mesmo ao leite fresco, esse novo produto era o leite condensado, que oferecia a garantia do nome do doutor Henri Nestlé.
Realmente o nome do suíço Henri Nestlé já representava uma garantia para as mulheres bem informadas. Desde 1866, Henri Nestlé produzia na Suíça uma milagrosa Farinha Láctea, que era importada no Brasil pelos consumidores exigentes. E em 1876 fizera publicar no jornal uma carta que caracterizava uma afirmação indiscutível da sua confiabilidade e da preucupação com a marca que leva seu nome. A carta informava ao consumidor brasileiro que só existiam no País dois representantes autorizados para comercializar seu produto: o sr. D. Filipone, no Rio de Janeiro, e o sr. Henrique Levi, em São Paulo. Com essa carta ele pretendia evitar a venda de farinha falsificada, que usasse indevidamante seu nome. Sem dúvida, esse suíço era uma pessoa confiável e merecia crédito ao anunciar seu “Leite Condensado”.
O novo produto logo conquistou as preferências. Durante anos a fio, os carregamentos vindos da Suíça foram esperados com ansiedade. E quando nas boas casas de importados aparecia a tal latinha, trazendo espantada a figura de uma simpática mocinha suíça que permitia indentificar logo a procedência, as solitações eram imediatas. Todas queriam a “lata da mocinha”. E assim, a mocinha suíça entrou na cozinha brasileira e veio para ficar.
Com o seu jeito de inventar e inovar, a mulher brasileira, para não ter de ler em inglês, transformou a mocinha da lata em marca, ao pedir, simplesmente, “aquela lata que tem a mocinha”, ou “a lata da mocinha”.essa indentificacão foi tão forte que mais tarde, quando se comecou a fabricar o leite do Dr. Nestlé no Brasil, não se hesitou em indentificá-lo como leite moça, marca que se preserva até hoje.
A MULHER E A MOCINHANaqueles tempos, no final do século XIX, a mulher brasileira vivia confinada ao lar. Sua criatividade e invenção encontravam vazão no paciente elaboração de requintados bordados e frivolités, talvez nas teclas do piano ou pianola que musicavam de ares e, acima de tudo, no esmero da confecção de suaves maravilhas, doces bem doces e macios.
Naquele começo de República, naquele novo país que se abria para um mundo moderno, os saraus, festas e reuniões eram quotidianos.
Para abrilhantá-los, para fazer as horas da casa, a senhora fina se esmerava nos doces. Um dos grandes sucessos era o chamado “Pudim Republicano”. Com tantas outras coisas, o pudim colhia sua inspiração na Europa, amaciando e suavizando o português toucinho-do-céu.
Preparado com amêndoas, leite, ovos e açúcar, o toucinho-do-céu era um doce bem concentrado, de textura pesada, preparado longamente no tacho. Já o Pudim utilizava novas técnicas para misturar os ingredientes e também para o cozinhamento, permitindo obter um doce mais leve e mais cremoso. E tomou o nome emprestado do tradicional “Pudding” inglês, do qual era bem diferente. O Pudim Republicano mesclava o marcante sabor das amêndoas importadas à cremosa maciez de ovos e açúcar bem batidos, lenta e carinhosamente acresentados ao leite. Só então, era assado em prolongado banho-maria .
Bem poucas eram as privilegiadas que conheciam todos os segredos de seus preparo, mas o mais difícil mesmo era obter o ponto certo, ideal. Ah! Quanto choro, quanta expectativa frustada, quanta ansiendade! O leite era fervido lentamente, na parte menos quente do grande fogão à lenha, “no canto” da tampa. Com paciência e mansamente, iam sedo acresentadas as gemas bem batidas, até ficarem brancas, com açúcar, farinha do reino e pó de amêndoas.
Longo tempo de ebulição branda, mexendo sempre, antes de derramar o creme encorpado no tacho já forrado com a calda dourada do açúcar grosso. Aí em banho-maria e com muito tempo pela frente, bastava deixar o creme cozinhar e transformar-se no macio e suave pudim.
E ainda não estava pronto; precisaria permanecer durante horas fora do fogão para esfriar bem, antes de desenformar. E aí, quanta ansiedade! Quem saberia se o ponto ficaria exato? Certeza mesmo, só ao desenformar. E se não desenformasse direito, nem merecia ser servido. Trabalho, tempo e ingrediente perdidos.
Ao pedir pela primeira vez sua “latinha da mocinha” é bem capaz que nossa jovem bisavó nem imaginasse que transformação estava desencadeando em sua, e em nossa, vida. Cremoso, macio e doce, o Leite Moça ajustou-se às maravilhas, à tradição doceira do País, onde o sabor bem doce era um requinte tão prezado quanto a textura macia e cremosa. Esse novo produto não tardou a tornar-se indispensável.
Para começar, o Leite Moça facilitou o preparo dos pudins, ambrosias, babas-de-moça, doces de leite. E ele foi entrando e refinando o preparo das cocadas, beijinhos, sequilhos e rosquinhas. Adoçou e tornou mais cremosa a canjica, o arroz-doce, o curau, os ovos nevados. Ajudou a tornar mais macio os bolos, os manjares e as balas.
Para a mulher do final do século XX, cem anos depois do tempo das sinhás, uma das grandes vantagens do Leite Moça é a economia de ovos, leite e tempo. O Leite Moça tornou mais rápido e mais facíl o preparo dos doces tal como quer e gosta a mulher moderna. A “mocinha” foi ajudando a mulher ao longo desses últimos cem anos. Deixou sua marca na história da República, ao colaborar na criação de antigas receitas que homenageavam datas e personagens; o Pudim Sete de Setembro e o Bolo Farroupilhas fizeram, às vezes companhia, até na mesma mesa, ao bolo Getúlio Vargas e ao Pudim Treze de Maio. Desde a década de 1940, saiu da lata da “mocinha” o doce que se tranformaria na principal presença em toda festa. Inspirado pela figura romântica do brigadeiro Eduardo Gomes, a mistura precisa e exata de Leite Moça com chocolate foi batizada com o nome que todo mundo conhece. Até hoje, não há festa sem Brigadeiro.
HOMENAGEM À “MOCINHA”
A “mocinha” esteve todo esse tempo acompanhado a mulher brasileira.
Em 1921, ele começou a fazer aqui, com o novo nome, o novo rótulo, tudo em português, na primeira fábrica, montada em Araras, no interior de São Paulo. Hoje, o Leite Moça está no Brasil inteiro.
Desde a chegada daquelas primeiras latas, com o sobrenome do Dr. Henri Nestlé, já se passou um século. Neste século, vieram as geladeiras, as primeiras importadas aqui chegaram em 1934, e com elas nasceram os pavês e sorvetes, as musses e os cremes gelados. Depois, vieram os fogões a gás, o freezer, o forno microondas e as embalagens descartáveis, as panelas esmaltadas e as de pressão, as formas de alumínio e as de vidro ou louça refratária.
Na segunda metade do século XX, a mulher já atravessava as portas do lar e ganhava um espaço mais amplo na sociedade.
Essa nova mulher parte então para invenção de maravilhosas misturas, graças à ajuda do Leite Moça: meia-de-seda, caribe, calipso…
No final do século XX, Leite Moça comemorou seu centenário no Brasil. Para melhor comemorar, brindamos a mulher brasileira com diversas receitas de Doce Brasileiro.
Reunimos no LeiteCondensado.com uma boa parte dos trinta anos de experiência da Cozinha Experimental do centro Nestlé de Informação ao consumidor.
Este site aborda, como não poderia deixar de ser, os segredos do pudim, o novo pudim feito com Leite Moça; síntese de tantas receitas antigas, com dúzias de ovos e caldas complicadas. Passo a passo, com fotos que falam por si, mostramos cada etapa do preparo de um prato, tanto do clássico pudim quanto dos ovos nevados, ou dos modernos suflês.
Mas cada doce, cada receita, dá margem a invenções e criações sem fim.
Algumas variações você já encontrará aqui: após a explicação técnica, damos um elenco de receitas preparadas segundo o mesmo princípio básico.
O resto fica por sua conta; é fácil inventar, esse é um tradicional atributo da mulher brasileira.
No fim, tudo vira festa, porque sempre há um motivo para comemorar. Experimente as sugestões que oferecemos para diferentes ocasiões. Crie e recrie novas delícias.
Parabéns a Leite Moça, que já completou cem anos no Brasil.
Parabéns a você, que sempre faz e fará Maravilhas com Leite Moça.
Fonte: livro “O Doce Brasileiro” do acervo culinário Nestlé.
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nov
7
Churros com Leite Condensado Cozido
Rendimento: 12 Unidades
Ingredientes:
- 2 xícaras (chá) de água
- 1 pitada de sal
- 1 col. (sopa) de manteiga
- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
- 3 ovos
Cobertura
- 1 lata de leite condensado cozida
Para polvilhar
- açúcar e canela a gosto
Modo de Preparo:
1. Cozinhe a lata de leite condensado na pressão por 30 minutos e reserve.
2. Leve ao fogo a água, o sal e a manteiga e, quando ferver, acrescente a farinha de uma vez só, mexendo bem. Retire do fogo e deixe esfriar.
3. Junte um ovo de cada vez e misture bem.
4. Coloque a massa em um saco de confeitar com bico pitanga e esprema diretamente sobre o óleo quente, tomando cuidado para não se queimar.
5. Frite dos dois lados, escorra, polvilhe açúcar e canela e sirva quente com o doce de leite.
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nov
5
História do Leite Condensado
O Leite Condensado surgiu quando o norte-americano Gail Borden, tentando desidratar o leite comum, descobriu que, antes de transformar-se em leite em pó, o produto se tranformava em leite condensado.
A invenção de Borden, patenteada em 1856, só foi valorizada quando estourou a Guerra Civil Americana, quatro anos depois. Transportando leite em pó e leite condensado para as tropas - e depois colocando esses produtos no mercado - Gail Borden ficou rico.
O leite condensado comercial possui uma alta adição de açúcar, mas existe variades in natura que é o leite evaporado, e não contém açúcar.
Possui como ingredientes em sua composição: leite integral, açúcar, leite em pó integral e lactose.
Leite condensado é o ingrediente principal do Brigadeiro (doce).
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out
16
História do Leite Condensado
O Leite Condensado surgiu quando o norte-americano Gail Borden, tentando desidratar o leite comum, descobriu que, antes de transformar-se em leite em pó, o produto se tranformava em leite condensado.
A invenção de Borden, patenteada em 1856, só foi valorizada quando estourou a Guerra Civil Americana, quatro anos depois. Transportando leite em pó e leite condensado para as tropas - e depois colocando esses produtos no mercado - Gail Borden ficou rico.
O leite condensado comercial possui uma alta adição de açúcar, mas existe variades in natura que é o leite evaporado, e não contém açúcar.
Possui como ingredientes em sua composição: leite integral, açúcar, leite em pó integral e lactose.
Leite condensado é o ingrediente principal do Brigadeiro (doce).
Na Guerra de Secessão nos EUA (1861 - 1865) o leite consumido pelos combatentes no ”Front”,era levado através de tração animal o que era um problema, pois o leite estragava-se no transporte. O calor aumenta a pericibilidade do leite, e precisavam achar uma maneira de levar o leite do quartel até o front de batalha sem que ele estragasse.
A solução encontrada foi mudar o ”ph” do produto, já que em índices mais baixos (ácido) o leite se conservaria por mais tempo. As vantagens obtidas foram: maior tempo de conservação do produto, o leite tornou-se mais energético e o custo do produto permaneceu baixo.
Estava inventado, acidentalmente, o leite condensado. O produto não havia sido patenteado.
Produção e Comercialização
Só depois surge a primeira indústria criada especialmente para a produção comercial do leite condensado. A ”Anglo-Swiss Condensed Milk” (1866), que acabou gerando o nome do gênero do produto.
Então em 1873 a Nestlé (Suíça) adquiri a ”Anglo-Swiss” e passa a produzir e comercializar o Leite Condensado em todo o mundo.
Primeira Fábrica Nestlé no Brasil (1921 Araras-SP)
1o. Produto: Leite Condensado Moça.
Durante cerca de 50 anos a Nestlé não teve concorrência para o ”Leite Condensado Moça” no Brasil.
Mudança do ”Market Share” no Brasil já na década de 80 do leite condensado:
Nestlé - 60% do mercado
Mococa - 25% do mercado
Glória - 15% do mercado
Estratégias da Nestlé
A primeira reação estratégica da Nestlé foi o lançamento do leite condensado em sabores. Sabor chocolate e café (1980) que foi um fracasso devido à inversão do conceito de uso alternativo praticado pelo consumidor. Pois comprando o Leite Condensado Tradicional o consumidor poderia adicionar sabores ou não, assim teria mais opção.
A segunda reação estratégica da Nestlé foi a embalagem alternativa Bisnaga em 1985. Com esse produto não seria mais necessário abridor, colher e teria apenas uma tampa. O problema foi que o consumidor caracterizou o produto apenas por ”modismo”. Semelhante a outros produtos, o desuso sempre chega logo.
Foi feita então uma pesquisa pela Nestlé para saber as principais formas de consumo do Leite Condensado. E tiveram como resultado: adoçante (substituindo o açúcar); em ”natura” (bebido como leite condensado); em ”batidas” (para adocicar e dar cremosidade em bebidas); em salada de frutas (substituindo o chantilly) ou como matéria-prima para a produção de doces,coberturas e recheios (principal aplicação).
A terceira reação estratégica da Nestlé que foi o lançamento da linha ”Moça Fiesta” em Agosto/1988, como alternativa para o consumo de produtos acabados (doces caseiros e coberturas/recheios) que utilizam o leite condensado como matéria-prima. Foi um sucesso.
Essa terceira estratégia além de ter sido um sucesso por ser um produto novo no mercado, facilitar a vida das pessoas com receitas no verso e mesclar produtos da própria Nestlé; alavancou os lucros da empresa devido ao auto-fornecimento (Nestlé passa a ser fornecedora de si mesma para outra linha de produtos dela própria). Chamado de Mercados Complementares, na medida em que crescem as vendas de ”Moça Fiesta”, se verifica também um crescimento das ”vendas” (indireta) do leite Moça.
Milkmaid - O Leite da Moça
A história do leite condensado começou em 1867 quando o americano George H. Page, proprietário da empresa Anglo Swiss Condensed Milk iniciou na cidade de Cham na Suíça, a fabricação de leite condensado, utilizando o leite abundante e de boa qualidade produzido no país. A Sociedade Nestlé, por sua vez, iniciou a fabricação de leite condensado logo a seguir. Essa concorrência entre as duas empresas terminaria em 1905, numa fusão que deu origem a Nestlé e a Anglo Swiss Condensed Milk Co. A jovem com trajes típicos que aparecia nos rótulos das embalagems era uma camponesa suíça do século XIX. Naquela época, o leite condensado mais popular da Suíça tinha a marca La Laitière, que significa “vendedora de leite”. Quando esse leite foi exportado para outros países, procurou-se um nome equivalente na língua de cada região para onde o produto foi levado, nome sempre associado à figura da camponesa típica com os baldes de leite. Em espanhol, por exemplo, foi adotada a marca La Lechera. Os primeiros carregamentos de leite condensado chegaram ao Brasil em 1890 e era uma alternativa ao leite fresco, cujo abastecimento era problemático. O produto da The Nestlé and Anglo Swiss Condensed Milk Company era vendido nas drogarias e, inicialmente, seu nome era Milkmaid. Mas as pessoas tinham dificuldade para pronunciar esse nome e passaram a chamar o produto de o “leite da moça”, referindo-se à ilustração da camponesa. A princípio utilizado como bebida (reconstituído com água), o leite condensado podia ser armazenado por muito tempo, o que era importante em períodos de escassez.
Quando a Nestlé abriu sua primeira fábrica no país, em 1921, na cidade de Araras, em São Paulo, e começou a produzir o produto, optou pelo nome criado espontaneamente, Leite Moça. Somente durante a Segunda Guerra Mundial donas de casa passaram a utilizá-lo em doces e sobremesas. Em 1955, o rótulo de Leite Moça, em sua parte traseira, passou a indicar o produto para uso culinário ou doméstico na preparação de diversos pratos. No ano de 1962, o rótulo do produto trazia suas primeiras receitas: Pudim e Doce de leite. Em 2001 ocorreu o lançamento do Leite Moça Desnatado. Três anos mais tarde, pela primeira vez em sua história, a lata do produto foi modificada, ganhando um visual moderno e cheio de curvas. Antes víamos a figura de uma moça comportada, até meio apagada. Hoje a coisa mudou totalmente: a senhorita ganhou traços mais definidos e, por que não dizer, uma certa sensualidade.
Você Sabia?
* O Leite Moça é uma das marcas mais queridas e apreciadas pelos consumidores de todo Brasil. Presente na maioria dos lares, o produto virou sinônimo de categoria e sua marca tornou-se uma das mais fortes entre os produtos alimentícios no Brasil. É a marca que mais investe em marketing e comunicação na categoria de leite condensado, sendo também o que mais inova e difunde os diversos e deliciosos usos do produto.
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out
15
Waffle com leite condensado
Ingredientes:
- 1 xícara de chá de farinha de trigo
- 1 colher de chá de fermento em pó
- 1/2 colher de chá de sal
- 1 colher de sopa de manteiga derretida
- 1 colher de chá de açúcar
- 1 xícara de chá de leite
- 1 gema
- 1 clara
Modo de Preparo:
1. Peneire todos os ingredientes secos.
2. Acrescente a gema, o leite, a manteiga derretida aos ingredientes secos e misture-os bem. Junte a clara batida em neve, incorporando delicadamente.
3. Despeje aproximadamente 1/2 xícara de chá de massa na forma de waffle quente.
4. A luz do indicador deverá estar apagada, quando a massa for colocada a luz acenderá. Quando a luz apagar novamente, o waffle está pronto. Sirva em seguida.
Dica:
Regue com leite condensado, ele ficará mais macio.
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